Igreja atenta e solidária com ações de doação de sangue em tempo de pandemia

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A Campanha da Fraternidade 2020 reforçou o ensinamento de Jesus Cristo de que “a vida é essencialmente samaritana”. E nos dias atuais, uma das formas de ser presença fraterna na vida do próximo é através da doação de sangue. Neste tempo de pandemia, o volume dos estoques dos hemocentros de diversos estados brasileiros tem caído, despertando para a urgência das doações.

No mês de junho, quando ocorre o Dia Mundial do Doador de Sangue, o Papa Francisco ressaltou ser esta uma ocasião para estimular a sociedade a ser mais solidária. Francisco expressou seu apreço “a todos os que realizam este ato simples, mas muito importante de ajuda ao próximo”.

E dioceses, grupos e instituições eclesiais têm se mobilizado para contribuir nessas ações de solidariedade. A Pastoral da Saúde, há mais de cinco anos, promove a campanha com o mote “Solidariedade tá na veia”. Neste ano, a campanha tem buscado apresentar as alternativas para que as doações ocorram de maneira segura, evitando o contágio.

“Com a pandemia da Covid-19, as doações ficaram bastante prejudicadas, com números bem reduzidos. Alguns hemocentros estão disponibilizando alternativas seguras para os doadores, por exemplo, a coleta agendada com horários marcados individualmente, a fim de manter o distanciamento social e evitar aglomerações”, informou a Pastoral.

A indicação é que os interessados informem-se nos hemocentros de sua região quais são as opções disponíveis. “Vamos todos fazer a parte que nos é possível, sem perder a esperança e a fé, na certeza de que este tempo de tribulações que atravessamos está repleto da presença de Deus, que busca e quer sempre o melhor para nós, seus filhos”, motiva.

Ações solidárias

No Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), desde 2019 a campanha se estende pelo ano inteiro. “Após o carnaval, há essa baixa no estoque dos hemocentros. Por isso, optamos por realizar no mês de abril. Em 2019, percebemos mais a necessidade de fazer o ano inteiro e temos ido ao hemocentro incentivando a doação de sangue, não só em abril, como nos outros meses”, conta o coordenador estadual da Pastoral da Saúde, José Carlos Gimenez.

Quem também ajustou o período de realização da campanha de doação de sangue foi a Província Província Marista Brasil Centro-Sul (PMBCS). Os religiosos anteciparam a realização da segunda edição do Sangue Marista, que inicialmente seria realizada no mês de agosto em comemoração ao Dia do Marista. Em virtude da pandemia, este ano a ação teve início em abril e segue pelos próximos meses. A campanha está sendo realizada nas áreas de atuação da PMBCS: Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal e em Goiânia, e pretende impactar o maior número possível de pessoas.

“Quem doa sangue, doa uma nova oportunidade de vida. Ao compartilhar com alguém esse líquido vital, colaboramos com o resgate de muitas vidas”, afirma Irmão Benê Oliveira, Superior Provincial da PMBCS

Hemocentros

Nos meses de abril e maio, vários hemocentros no Brasil registraram queda nas doações. Em Minas Gerais, a Fundação Hemominas está com os estoques de sangue tipo O positivo, O negativo, A positivo, A negativo e B negativo em estado de alerta.

No Distrito Federal, o Instituto Hemocentro também registrou queda de 23% no número de coletas diárias, mas, nos últimos 15 dias, o movimento de doadores melhorou e o índice está em 155 doações diárias novamente. O crescimento também pode estar relacionado às celebrações do Dia Mundial do Doador de Sangue, em 14 de junho.

O diretor executivo do Hemocentro de Brasília, Alexandre Nonino, reforça que neste tempo de pandemia as pessoas só devem sair de casa para o essencial: “e precisamos ter consciência de que doar sangue é essencial, porque não existe nada que possa substituí-lo – nenhum medicamento consegue fazer o papel do sangue”.

“Em uma situação de pandemia, o equilíbrio dos estoques de hemocomponentes fica ainda mais delicado, pois os procedimentos cirúrgicos não vão deixar de acontecer, nem o tratamento de pacientes com câncer ou com doenças hematológicas. Por isso, a solidariedade das pessoas é fundamental. Felizmente, também temos contado com o apoio de diversas instituições que estão mobilizando doadores – Forças Armadas, órgãos públicos, igrejas, empresas – e até grupos de vizinhos. Mesmo com a restrição nas atividades sociais, as organizações têm investido nesse papel de responsabilidade social, e isso é muito gratificante para que o Hemocentro continue desempenhando seu papel durante a pandemia“, partilha.

Fonte: CNBB

 

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