Pastorais e Movimentos partilham dores e alegrias na 1ª Assembleia da Comunicação Eclesial

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A Comissão Episcopal para a Comunicação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em parceria com a Pastoral da Comunicação do Brasil e a Signis realizaram no último sábado, 4 de fevereiro, a 1ª Assembleia da Comunicação Eclesial com participação de 31 representantes responsáveis pela comunicação de pastorais, organismos e movimentos eclesiais da Igreja no Brasil.

Esta primeira assembleia teve como objetivo ampliar o conhecimento das diferentes expressões de comunicação na Igreja no Brasil, a partir da escuta de suas alegrias e dores, tendo em vista o fortalecimento da sinergia em torno das ações comuns e em vista de um projeto de Comunicação Integrada na Igreja no Brasil.

O bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG) e presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação da CNBB, dom Joaquim Giovani Mol, enalteceu o encontro de pessoas que respondem pela comunicação em diferentes expressões da Igreja no Brasil como uma oportunidade de trabalhar a união, comunhão e colegialidade no campo da comunicação eclesial.

“Estou admirado de ver tantos representantes da comunicação de grupos diferentes, pastorais e instituições vinculadas com a Igreja Católica reunidos nesta sala. Esta é a 1ª Assembleia de Comunicação Eclesial no Brasil”, disse no início da reunião.

Realidade da comunicação no Brasil e na Igreja

Dom Mol fez referência à estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do censo em curso, que aponta que a população brasileira está em 212 milhões de pessoas. Destes, uma média de 51% se declaram católicos, o que dá cerca de 108 milhões de fieis; Dos 51%, apenas 15%, cerca de 16 milhões, têm algum tipo de participação na vida eclesial (campanhas, celebrações…).

Dom Mol pontuou que é necessário ter esta realidade em mente para se fazer a pergunta: como está a Igreja Católica e a sua comunicação? Não só pelos meios de comunicação tradicionais, mas a sua comunicação, desde a que é amparada por recursos tecnológicos até a comunicação de pessoa a pessoa?

O bispo temperou os dados e a realidade com uma provocação que tomou emprestada do escritor católico e  monge trapista da Abadia de Gethsemani, Tomas Merton: “O amor não é ávido. O amor é uma festa em que somos mais alimentados por servir aos outros do que por servir-nos a nós mesmos”. Associando ao campo da comunicação, dom Mol disse que aí está a festa dos comunicadores católicos: “servir mais aos outros que a si mesmo”.

O presidente da Comissão de Comunicação da CNBB disse que usou esta expressão para apontar que o campo da comunicação é um universo onde a vaidade é muito grande, no qual há pessoas que servem-se da comunicação mais para servir a si mesmos do que para servir aos outros e à Igreja.

Dom Mol também usou um texto escrito por Nizan Guanaes, publicado em um grande  jornal de circulação nacional cujo título é: “A Igreja Católica precisa de uma nova narrativa”. No texto, o autor afirma que a Igreja Católica foi uma “startup” criada por um jovem de 30 anos mas que não está sabendo se comunicar e se renovar nem mesmo mantendo a tradição que passa de pai para filho.

A análise de Nizan Guanaes, de acordo com dom Mol, aponta para o fato de que a Igreja não está conseguindo se conectar com a vida das pessoas, sobretudo com as gerações mais jovens. No mesmo texto, o autor cita Jeff Bezos que defende que só existem dois dias para uma organização. O dia 1 no qual ela ela é cheia de energia, inventiva, cresce e surpreende. E o dia 2, no qual ela entra no céu de brigadeiro e no piloto automático em que ela cai ou desce. Dom Mol, provocou o grupo a pensar em qual dia a comunicação na Igreja no Brasil está?

Dom Mol defendeu que a comunicação esteja muito ligada à missão da Igreja. “Não podemos perder nada do que o Papa Francisco fala sobre comunicação’, disse. O bispo retomou uma fala de Francisco, feita na assembleia para o Dicastério para a Comunicação, no dia 12 de novembro de 2022. “É preciso uma comunicação que seja capaz de combater a calúnia, a violência verbal, o personalismo e o fundamentalismo’.

Dores e alegrias na comunicação na Igreja

À fala de dom Mol, seguiu-se a partilha das alegrias e dores vivenciadas no campo da comunicação pelas pastorais, organismos e movimentos eclesiais da Igreja no Brasil.

Falaram representantes da Pastoral da Pessoa Idosa, Pastoral do Menor, Apostolado da Oração, Pastoral Nipo-Brasileira, Mães que Oram pelos Filhos, Renovação Cristã do Brasil, Pastoral Familiar, Pontifícias Obras Missionárias, Movimento Comunhão e Libertação, Pastoral Afro, Cáritas Brasileira, Ceb’s Brasil, Pastoral dos Pescadores, Jovens Conectados, Pastoral Nacional do Povo de Rua, Movimento Familiar Cristão, Serviço Brasileiro de Comunhão Charis, Comunicação da Pastoral Familiar, Conferência dos Religiosos do Brasil, Movimento dos Folcolares e a Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares.

O grupo refletiu sobre a seguinte pergunta após as partilhas: “A partir das alegrias e tristezas, ouvidas no momento de escuta, quais projetos em comum poderíamos encaminhar para a Comunicação Integrada?”

Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil

O professor Moisés Sbardelotto, coordenador do Grupo de Reflexão sobre a Comunicação (Grecom) e professor da PUC Minas, apresentou o processo de atualização do Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil aprovado em 2014 sob o número 99.

Passados 10 anos, segundo Sbardelotto, muita coisa evoluiu no campo da comunicação e foi necessário também incorporar as contribuições do magistério do Papa Francisco para o documento, dois pontos que apontaram para a necessidade de sua renovação. O professor pontuou que o próprio processo de renovação do documento seguiu uma inspiração sinodal.

Moisés explicou que foi feita a releitura de cada um dos capítulos com apontamento de questões que precisavam ser atualizadas, incluindo a evolução no campo da comunicação, sobretudo a digital, com o processo de “desinformação” e info-demia. Buscou-se, segundo ele, um texto acessível para o contexto e a compreensão de todo o povo de Deus, com linguagem mais inclusiva, conciliar e sinodal. Dos 261 parágrafos, o diretório passou a ter 352 parágrafos. O documento será publicado pela Edições CNBB.

Encaminhamentos

Após a partilha, a reunião encaminhou a necessidade de sistematizar as informações e sugestões oferecidas pelo grupo no sentido de fortalecer a comunicação integrada na Igreja. Um ponto que o grupo colocou foi a necessidade de ter acesso aos os contatos dos participantes. A segunda assembleia eclesial será dia 16 de setembro, das 9h ao 12h.

O assessor de comunicação interino da CNBB, Willian Bonfim, deu o informe sobre o processo de modernização da marca CNBB, passou o link para acesso ao Manual da Identidade Visual, com o pedido de que todos colaborem no sentido de manter a sua correta aplicação. Também foi apresentado o site de Campanhas.cnbb.org.br com um pedido de que o grupo ajude a disseminar as informações da Campanha de 2023 quer vai tratar sobre o tema “Fraternidade e Fome”.

Fonte: arquidiocesedecuritiba.org.br

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