Bem-aventurada Maria Catarina Troiani de Santa Rosa

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Virgem da Terceira Ordem Regular (1813-1887). Fundadora das Irmãs Franciscanas Missionárias do Coração Imaculado de Maria. Beatificada por João Paulo II a 14 de abril de 1985.

Quando a pequena Constança Troiani, que tinha ficado órfã de mãe aos seis anos e meio, traspassou os umbrais do conservatório de Santa Clara de Ferentino (Frosinone) e foi confiada às enclausuradas que o dirigiam, para ser aí educada, ninguém tinha podido imaginar que aquela era a criatura destinada por Deus a fundar o primeiro instituto missionário italiano.

A criança era originária de Giuliano de Roma, onde nasceu e foi batizada a 19 de janeiro de 1813. Seu pai foi Tomás Troiani, conselheiro comunal bem situado e organista na paróquia; a mãe foi Teresa Panici-Cantoni. A morte da senhora Teresa ocorrida em 1819, deu origem à dispersão da família Troiani. Constança foi confiada ao mosteiro de Santa Clara.

Com o coração traspassado pela dor, soube, contudo, superar tão grande ferida e orientar-se até aquele que de imediato converteu-se para ela no amabilíssimo Deus, que a enchia de seu amor. Aos 16 anos decidiu ingressar como irmã no mosteiro. Tomou o hábito a 8 de dezembro de 1829 e recebeu o nome de Irmã Maria Catarina de Santa Rosa de Viterbo; um ano depois emitiu os votos religiosos. A jovem irmã que já tinha iniciado sua vida ascética para a perfeição religiosa e em amoroso serviço, teve aos 22 anos um claro chamado à vida missionária, mas já tinha 46 anos quando pôde finalmente realizá-la.

Aceitando o convite do Vigário Apostólico do Egito, o franciscano Perpétuo Guasco, um grupinho de seis irmãs de Ferentino, das quais Irmã Maria Catarina era a alma, a 14 de setembro de 1859 partiu para o Cairo, onde teve começo a nova obra de Deus na terra dos faraós. Clot-Bey foi o novo centro, que como pequeno farol irradiou luz de testemunho evangélico sobre o pobre bairro árabe, atraindo vocações inesperadas de todas as partes. Com novas pessoas, madre Maria Catarina pôde abrir no Cairo outras duas casas e fundar outras mais em diversas localidades. A 15 de julho de 1868, por Decreto Pontifício, foi erigido o novo instituto e família religiosa da Terceira Ordem Regular de São Francisco. Madre Troiani passou assim de Clarissa a terceira, e sempre se sentiu filha fiel e autêntica de São Francisco e Santa Clara.

Erigida a Congregação, o zelo de Maria Catarina ultrapassou os limites do Cairo. Abriu-se sete casas no Egito, Palestina, Malta e na Itália, onde abriu uma casa em Roma e em outras cidades.

Sua piedade moldada em ambiente de semiclausura, com devoções particulares ao Sagrado Coração, às festas marianas, a São José, aos Anjos de Guarda e a São Francisco Estigmatizado, adquiriu aspectos precursores. A comunhão diária e sua espiritualidade se abriram aos mais amplos horizontes da caridade evangélica, exercida com felizes reflexos sociais. Repousou no Senhor aos 74 anos de idade, no dia 6 de maio de 1887 na casa de Clot-Bey, teatro de sua caridade ilimitada e de seu prolongado trabalho. Choraram sua morte os cristãos e também os muçulmanos.

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.

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