Feliz aquele que se compraz no serviço do Senhor

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A história humana desde o início tem como marca registrada uma dualidade sempre presente até os nossos dias. Trata-se do confronto entre o bem e o mal, que na verdade, define a eternidade de cada ser humano, ou seja, o devir de cada um de nós. Ora, essa dualidade constatamos interiormente em nós mesmos, como descreveu São Paulo: “Encontro, pois, em mim esta lei: quando quero fazer o bem, o que se me depara é o mal. Deleito-me na lei de Deus, no íntimo do meu ser. Sinto, porém, nos meus membros outra lei, que luta contra a lei do meu espírito e me prende à lei do pecado, que está nos meus membros.”

Mas à esta constatação, ele revela que o poder de Cristo ressuscitado nos liberta do pecado e desse conflito interior, porque se não fosse assim ninguém se salvaria. Vejamos:”De agora em diante, pois, já não há nenhuma condenação para aqueles que estão em Jesus Cristo. A lei do Espírito de Vida me libertou, em Jesus Cristo, da lei do pecado e da morte. O que era impossível à lei, visto que a carne a tornava impotente, Deus o fez. Enviando, por causa do pecado, o seu próprio Filho numa carne semelhante à do pecado, condenou o pecado na carne, a fim de que a justiça, prescrita pela lei, fosse realizada em nós, que vivemos não segundo a carne, mas segundo o espírito.”

Com efeito, a liturgia de hoje mostra bem essa dualidade logo na primeira leitura, onde o Rei de Israel deseja possuir o que não lhe pertence e como não consegue, permite que a esposa use o seu poder para vencer a resistência daquele que considerou como inimigo por não ceder aos seus caprichos. É triste a vida de um homem vivida em estado de pecado mortal, pois os desejos que nascem de tal estado nunca agradam a Deus, porque é uma contradição em relação ao bem que devemos viver e fazer.

Caríssimos, o Senhor é justo, e por isso, ainda que os maus aparentemente vençam os bons, o resultado final dos seus intentos é uma tragédia sem fim, pois é isso o que proclama o salmista: “Sim, vós os colocais num terreno escorregadio, à ruína vós os conduzis. Eis que subitamente se arruinaram, sumiram, destruídos por catástrofe medonha. Como de um sonho ao se despertar, Senhor, levantando-vos, desprezais a sombra deles.”

Portanto, “Feliz o homem que não procede conforme o conselho dos ímpios, não trilha o caminho dos pecadores, nem se assenta entre os escarnecedores. Feliz aquele que se compraz no serviço do Senhor e medita sua lei dia e noite.”

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

Fonte: http://brasilfranciscano.blogspot.com/

 

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